Tudo sobre o processo de Blake Lively contra Justin Baldoni

Personagens do filme "É assim que acaba", Lily Bloom e Ryle Kincaid

A batalha judicial entre Blake Lively e Justin Baldoni, estrelas do filme “É Assim Que Acaba”, tornou-se um dos casos mais polêmicos e midiáticos de Hollywood nos últimos anos. 

O conflito, que começou com divergências criativas no set de filmagens, escalou para acusações graves de assédio sexual, difamação e retaliação, envolvendo não apenas os atores, mas também suas equipes jurídicas, produtoras e até veículos de comunicação. 

Neste artigo, vamos detalhar o contexto do processo, as principais acusações, os desdobramentos judiciais e as repercussões na indústria do entretenimento para você ficar por dentro de todas as informações disponíveis sobre o assunto. Confira!

Contexto do conflito

O filme “É Assim Que Acaba”, adaptação do best-seller de Colleen Hoover, foi inicialmente visto como um projeto promissor. Justin Baldoni, diretor e co-produtor do longa, escalou Blake Lively para o papel principal de Lily Bloom, além de atuar como seu interesse amoroso, Ryle Kincaid. 

No entanto, as tensões começaram a surgir durante as filmagens em 2023, com relatos de desentendimentos criativos, especialmente sobre a construção das personagens e o tom do filme.

Essas divergências criaram um clima de tensão no set, que acabou se transformando em um conflito pessoal e profissional.

Além disso, Blake Lively criou uma lista de demandas para continuar trabalhando na produção do filme, que foi apresentado durante uma reunião em janeiro de 2024, com a presença de seu marido, Ryan Reynolds, e representantes do estúdio. 

Essas exigências foram elaboradas em resposta a alegações de comportamento inadequado e assédio sexual por parte do diretor e co-estrela Justin Baldoni, bem como do produtor Jamey Heath. 

A lista incluía 30 demandas específicas, que visavam garantir um ambiente de trabalho seguro e profissional. Entre elas, destacam-se:

  • Proibição de exibição de vídeos ou imagens de nudez: Blake exigiu que não fossem mostrados vídeos ou imagens de mulheres nuas, incluindo da esposa do produtor, para ela ou seus funcionários;
  • Limites em conversas sobre experiências sexuais: Ela também solicitou que não houvesse mais discussões sobre experiências sexuais pessoais, incluindo relacionadas a cônjuges ou outros, na frente dela ou de sua equipe;
  • Respeito à privacidade física: Ela exigiu que Baldoni não perguntasse mais ao treinador dela sobre seu peso sem seu conhecimento ou consentimento;
  • Notificação imediata em caso de exposição ao COVID: Blake exigiu ser notificada imediatamente se ela ou seu bebê fossem expostos ao COVID, sem precisar descobrir dias depois;
  • Presença de coordenador de intimidade: Ela pediu que um coordenador de intimidade estivesse presente em todas as cenas com Baldoni, especialmente aquelas envolvendo toque físico ou conteúdo sexual;

Todas as demandas foram atendidas durante as gravações, sem que a mídia soubesse dessas informações, que só vieram à tona durante a repercussão negativa que a atriz recebeu após o lançamento do filme. 

Vale destacar que ambos os atores não participaram juntos da divulgação do longa. Enquanto Blake fazia aparições em tapetes vermelhos com looks que fugiam da proposta da personagem, Justin falava abertamente sobre a importância de discutir violência doméstica.

As acusações de Blake Lively

Em dezembro de 2024, Blake Lively formalizou uma queixa contra Justin Baldoni e sua produtora, Wayfarer Studios, no Departamento de Direitos Civis da Califórnia. 

Ela alegou que Baldoni cometeu assédio sexual durante as filmagens, incluindo comentários depreciativos sobre seu corpo após o parto e comportamentos invasivos no set. 

Além disso, Lively acusou Baldoni de orquestrar uma campanha de difamação para destruir sua reputação, utilizando uma equipe de relações públicas e um “exército digital” para espalhar informações falsas nas redes sociais.

Blake também mencionou que Baldoni ignorou protocolos de segurança em cenas íntimas, improvisou beijos não consentidos e adicionou conteúdo sexual desnecessário ao roteiro. 

Ela ainda relatou que outro produtor, Jamey Heath, mostrou-lhe um vídeo íntimo de sua esposa dando à luz, o que ela considerou invasivo e inadequado .

A resposta de Justin Baldoni

Justin Baldoni negou veementemente as acusações e contra-atacou com um processo de US$ 400 milhões contra Blake Lively, Ryan Reynolds e sua publicista, Leslie Sloane. Ele alegou que Lively e Reynolds assumiram o controle criativo do filme, excluindo-o da edição final e da promoção. 

Baldoni também acusou Lively de fabricar as alegações de assédio para prejudicar sua reputação e justificar sua tomada de controle sobre o projeto.

Aliado a isso, Baldoni processou o The New York Times por difamação, após o veículo publicar uma reportagem detalhando as acusações de Lively. Ele afirmou que o jornal utilizou mensagens editadas e fora de contexto para prejudicá-lo, buscando uma indenização de US$ 250 milhões.

Os principais pontos do processo incluem:

  • Extorsão civil e controle criativo: Baldoni acusou Blake Lively e Ryan Reynolds de tentar “roubar” o filme “É Assim Que Acaba” das mãos de seu diretor e estúdio de produção. Ele alegou que o casal usou seu poder e influência para assumir o controle criativo do projeto, excluindo-o de decisões importantes e prejudicando sua carreira;
  • Difamação e campanha de descrédito: Baldoni afirmou que Lively e Reynolds orquestraram uma campanha pública para difamar sua reputação, incluindo acusações falsas de assédio sexual. Ele mencionou que o casal teria usado táticas de mídia e relações públicas para prejudicá-lo, inclusive com a divulgação de mensagens de texto editadas e fora de contexto;
  • Controle sobre o filme: Baldoni alegou que Lively e Reynolds interferiram excessivamente na produção, incluindo a reescrita de cenas e a exclusão de Baldoni de eventos promocionais importantes, como a premiere do filme. Ele afirmou que foi “segregado” durante o evento e impedido de participar do after-party oficial;
  • Impacto financeiro e emocional: Baldoni alegou que as ações de Lively e Reynolds causaram danos financeiros e emocionais significativos, incluindo a perda de oportunidades de trabalho e o desgaste de sua imagem pública. Ele mencionou que foi abandonado por sua agência de talentos, a WME, após as acusações de Lively.

Desdobramentos judiciais

O caso ganhou novos capítulos em fevereiro de 2025, quando Baldoni lançou um site com documentos, mensagens e provas relacionadas ao processo, incluindo trocas de mensagens com Ryan Reynolds.

A defesa de Lively criticou a iniciativa, alegando que a exposição pública poderia influenciar futuros jurados e desrespeitar normas judiciais.

Ademais, o site recebeu um número grande de visitas com provas que demonstram serem verídicas e que aumentaram ainda mais a quantidade de pessoas que acreditam na versão apresentada pelo Justin. 

Em uma audiência preliminar, o juiz Lewis J. Liman estabeleceu o julgamento para março de 2026 e pediu que ambas as partes evitassem comentários públicos que pudessem prejudicar o caso. Ele também sugeriu a adoção de uma ordem de proteção para evitar retaliações entre as partes envolvidas.

Repercussão em Hollywood

O caso dividiu opiniões na indústria. Enquanto muitos colegas apoiaram Blake Lively por sua coragem em denunciar o assédio, outros questionaram a dinâmica de poder entre os envolvidos, já que Lively é uma estrela de maior renome que Baldoni. 

O caso também levantou questões sobre os protocolos de segurança em sets de filmagem e o papel das equipes de relações públicas em campanhas de difamação.

Impacto na indústria do entretenimento

O processo entre Blake Lively e Justin Baldoni vai além de uma simples disputa judicial; ele reflete desafios sistêmicos em Hollywood, como a falta de proteção adequada contra assédio e a influência de campanhas de mídia na justiça.

Provavelmente, ele será um passo importante para que medidas futuras sejam tomas a fim de que escândalos como esses não ocorram novamente.

Dessa forma, haverá maior proteção tanto para os atores envolvidos em produções futuras, como também para as produtoras. Contudo, não há dúvidas de que esse caso irá moldar o cenário na indústria do entretenimento.

Quando será que acaba? 

O processo entre Blake Lively e Justin Baldoni é um exemplo claro dos desafios enfrentados pela indústria do entretenimento em relação ao assédio, à difamação e à justiça. 

Com o julgamento marcado para 2026, o caso promete continuar gerando debates e impactos significativos na indústria do entretenimento.

Enquanto isso, o público e a mídia aguardam ansiosamente por novos desdobramentos, que podem redefinir os limites entre responsabilidade pessoal, poder criativo e justiça no mundo do cinema.

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